A festa andava no ar, o local era o mais apropriado, O PARQUE DAS NAÇÕES. As bandeiras desfraldadas ondulavam alinhadas ao ritmo da brisa. A nossa esperança estava em alta, a Vanessa depois da partida mantinha-se bem posicionada, nos primeiros lugares na natação, divisámos o suficiente e deslocamo-nos para o “Coliseum”, mas antes metemos a dose da manhã…Aceleramos, a borrasca afastou-nos do ar livre. Mas a tribuna VIP, para atletas do nosso calibre, aguardava por nós, os participantes destas andanças o ecrã gigante mesmo em frente, transmitia em directo o que se passava nos momentos chave e ao vivo, colocava-nos no meio da disputa.
A nossa Vanessa, geria o ciclismo segundo as regras do patriarca Lau. Que se remordia de impaciência, na bancada dos super VIP´s, quando a sua pimpolha cruzava aquele azul magnífico, cada passagem era o delírio, a emoção transbordava contagiante. Na última transição a almejada medalha de ouro, estava já no papo, ou muito próximo disso, logo nos primeiros metros a fibra da guerreira veio ao de cima e de minuto a minuto a distância ampliava-se.
Enquanto o Sousa o hiper-activo, vira e vira, levanta, senta, sai, entra, sentado não que faz calo, não pára, ele é que está em competição. O Henrique está sonhador e atento, tenta visualizar o “M”, ultrapassá-lo, eliminá-lo, apagar a dita letra da palavra TRIATLO. Gera e gira a letra, embora ainda não esteja escrita e já as suas pernas longas de 375 ms fazem mossa. O Dias, lê-lhe os pensamentos, e segue-lhe os passos. O quê se passa? Que ansiedade, toma conta destes heróis de papel? Parece que é a primeira vez, o nervoso miudinho, toma conta de nós. Falta-nos o calor e o apoio dos restantes elementos do cardume, heterogéneos mas unidos nesta causa.
O Lourenço, com a sua calma e sensatez, O Lídio, com as suas características justificações para ultrapassar barreiras como a travessia perigosa, do rio TUA, em pleno Verão transmontano, com correntes tenebrosas, valeu-lhe a rocha no meio aquático, a sua inseparável Augusta sempre pronta ao sacrifico de uma verdadeira heroína, O Vasco aguerrido e desafiador, sempre pronto a qualquer desafio, a Linda, sua apoiante particular e quando não participa, repórter de serviço, não esquecendo A Verena, sempre ao lado do seu campeão e imbatível, o persistente, o batalhador Melo, assim como o seu filhote Pedro um potencial atleta, que por mais altos valores teve que ir fazer o seu estágio lá por terras Flamengas, faz falta esta juventude. Falta-nos o sempre adiado Martins, afável e disponível, necessário neste são convívio, mas que nos deixou frustrados com a sua ida ao tapete.
A distância aumenta a cada passagem, no circo romano a adrenalina contagia-nos, e o anúncio da chegada ao pavilhão, o espreitar do corpo franzino faz o publico vibrar, levanta-se em apoteose, a voz enrouquece, as emoções estão ao rubro; Vanessa, Vanessa…o cortar da meta a subida ao pódio, o tocar do hino são momentos áureos de emoções que turvam os olhos, traem os mais rígidos e insensíveis. O colorido, o som e a portuguesa, faz nosso este grandioso momento…
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